Um estudo internacional feito por cinco instituições voltadas à preservação ambiental, divulgado nesta segunda-feira, 29, mostra quais são os bancos que mais financiam a expansão de combustíveis fósseis na América Latina e no Caribe. Elaborado pelo Instituto Internacional Arayara (Brasil), Conexiones Climáticas (México), Urgewald (Alemanha), FARN (Argentina) e Amazon Watch (Peru), o levantamento analisou o fluxo de capital entre 2022 e 2024.
No total, 290 bancos canalizaram US$ 129 bilhões para novos projetos de petróleo e gás na região no período. No topo da lista está o Santander, que destinou US$ 8,8 bilhões a empresas do setor, seguido por JPMorgan Chase (US$ 7,9 bilhões), Citigroup (US$ 7,8 bilhões) e Scotiabank (US$ 6,9 bilhões).
A maior beneficiária desses financiamentos bancários, segundo a pesquisa, é a Petrobras, que concentra 29% da expansão de exploração. Boa parte dos investimentos dos bancos na companhia de petróleo está voltada a operações em águas ultraprofundas, consideradas de alto risco ambiental.
O relatório estima que, se queimados, todos os aportes das instituições financeiras em combustíveis fósseis adicionariam 10 gigatoneladas de dióxido de carbono à atmosfera — o equivalente a 7,7% de todo o orçamento global restante para manter o aquecimento abaixo de 1,5°C.
O contraste aparece nos discursos oficiais. Em relatórios anuais de sustentabilidade, o Santander, por exemplo, afirma orientar seus clientes para a transição energética e promete mobilizar até € 220 bilhões em financiamentos verdes até 2030.