Os juros em 15% ao ano até dezembro provocarão efeitos diretos sobre a economia brasileira: a inflação terminará 2025 no teto da meta, de 4,5%, e a economia crescerá 2%. A expectativa é do diretor de Pesquisa Econômica do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa. As projeções anteriores apontavam um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,7% e de alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,1%. 

“A política monetária combinada à apreciação cambial tem contribuído para reduzir a inflação. Projetamos IPCA encerrando 2025 com alta de 4,5%, no limite superior da meta. Para 2026, a desaceleração da atividade vai contribuir para moderar a inflação de serviços e ainda devemos observar algum efeito do câmbio mais apreciado sobre os preços de bens industriais”, afirmou, em relatório aos clientes.

A queda da inflação em 2025, afirmou o economista, também considera uma apreciação do real em relação ao dólar. A expectativa anterior é de que o preço da moeda estrangeira seria de R$ 5,50 e passou para R$ 5,25.

“Projetamos leve apreciação do real até o fim de 2025, sustentada principalmente pela fraqueza global do dólar — tendência que não deve se reverter no próximo ano, aproximando o real dos valores de fundamento que estimamos”, disse. “A combinação entre desaceleração econômica, câmbio ligeiramente mais forte e inflação moderada abrirá espaço para flexibilização monetária. Com isso, projetamos início do ciclo de cortes em 2026 e Selic encerrando o próximo ano em 11,75%, ainda acima do nível que estimamos para o juro neutro”, acrescenta.