O deputado Guilherme Derrite (PP-SP) falhou na tentativa de levar a voto nesta semana o relatório sobre o PL Antifacção. A decisão no plenário estava marcada para terça-feira, 11, mas não houve acordo entre os líderes em torno do texto. As sucessivas versões do substitutivo elaborado pelo parlamentar foram rejeitadas tanto pelo Planalto quanto por governadores da oposição. Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, foi o primeiro a pedir o adiamento da votação.
O relatório recebeu críticas, principalmente, por enfraquecer a Polícia Federal e, na primeira versão, por equiparar facções criminosas a organizações terroristas. Sem força para aprovar o texto, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou a votação para a próxima semana. Pelas reações do governo e da oposição, porém, não haverá acordo entre os líderes para o projeto ser levado ao plenário.
Depois dos recuos de Derrite, Lula fez uma reunião com ministros para definir uma estratégia na condução dessa pauta. No encontro, foi decidido que o Planalto vai priorizar a votação do projeto dos devedores contumazes e da PEC da Segurança, que tramita a passos lentos na Câmara. Governadores de oposição resistem a essa proposta.
A discussão sobre segurança pública ganhou tração por causa da importância do tema para as eleições de 2026. O discurso de combate à criminalidade é um dos eixos dos candidatos do campo da direita e o governo tem dificuldade de se contrapor às críticas que recebe da oposição nessa área.
Pesquisa Quaest divulgada na quinta-feira, 13, mostra que a avaliação de Lula piorou desde a deflagração da operação policial que terminou com 121 mortos no Rio de Janeiro. O levantamento também mostra que diminuiu a vantagem entre Lula e os adversários na eleição presidencial, embora o petista ainda seja vitorioso no primeiro e no segundo turno.
Ex-presidente do INSS foi preso pela Polícia Federal
A Polícia Federal prendeu na quinta-feira, 13, o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, apontado com um dos principais responsáveis pelos desvios bilionários de recursos de aposentados e pensionistas. As investigações indicam que ele recebia R$ 250 mil mensais de propina.
Essa nova fase da Operação Sem Desconto, subiu de patamar e chegou ao núcleo formado por pessoas que ocupavam cargos por indicação política ou tinham influência no INSS entre 2019 e 2024. O fato mais importante foi a prisão de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do órgão, ligado ao presidente do PDT e ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que caiu em abril por causa do escândalo.
A PF também fez buscas no endereço de José Carlos Oliveira, que tem nome de batismo Armed Mohamad Oliveira e foi ministro do Trabalho e Previdência no governo de Jair Bolsonaro Bolsonaro.
Em Belém, começa a COP30
Lula abriu oficialmente a COP30 (A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática) nesta segunda-feira, 10, em Belém. No discurso, o presidente fez cobranças por metas ambientais mais ousadas, enfatizou o papel do Brasil na agenda ambiental e criticou o “negacionismo climático”, referência indireta a Donald Trump, que criticou a realização da conferência.
Em torno de 56 mil pessoas participam da reunião, com representantes de mais de 190 países. Até o dia 21, quando termina a COP, os inscritos vão trabalhar na definição de metas e de compromissos com medidas a serem adotadas para conter o aquecimento global.
O encontro de Mauro Vieira com Marco Rubio em Washington
O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) se encontrou nesta quinta-feira, 13, em Washington com o secretário americano de Estado, Marco Rubio. O Brasil tenta destravar as negociações com o governo Trump para a revisão do tarifaço e das sanções impostas a autoridades brasileiras.
Depois do encontro, Vieira disse que espera, entre esta sexta-feira, 14, e a próxima semana, que o governo americano responda à proposta apresentada pelo Brasil para a normalização da relação entre os dois países.
Marco Rubio era a principal esperança do grupo de Jair Bolsonaro para a manutenção das sanções contra o Brasil. A disposição do secretário em negociar demonstra que, depois do encontro entre Lula e Trump na Malásia, o governo americano se mostra mais flexível em relação ao Brasil. Mas os resultados ainda são apenas simbólicos, pois dependem de medidas concretas para a revogação das tarifas.
