BELÉM — As negociações do Brasil com os Estados Unidos para a revisão do tarifaço parecem emperradas, confidenciou ao PlatôBR um auxiliar direto do presidente Lula. O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) deve se encontrar com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em 11 e 12 de novembro, durante reunião de chanceleres do G7 no Canadá.
A ideia inicial é que Vieira possa conversar com Rubio para agendar uma visita da comitiva de negociadores brasileiros a Washington, composta pelo chefe do Itamaraty, pelo ministro Fernando Hadda (Fazenda) e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
“Nossa expectativa e a do presidente é que essa visita [aos Estados Unidos] ocorra ainda neste mês ou ainda neste ano. Se isso não acontecer e a gente achar que existe uma operação tartaruga do outro lado, o presidente tem como recurso ligar para o Trump”, disse o auxiliar do Planalto.
Como mostrou o PlatôBR, Lula mudou o discurso sobre quando ligaria para o Trump para conversar sobre o tarifaço e as punições impostas a autoridade brasileiras. Em entrevista concedida na semana passada em Kuala Lumpur, na Malásia, o petista disse esperar um acordo com o governo americano em “poucos dias” e prometeu que, se o tarifaço não se resolvesse, ligaria nesta semana para Trump. A declaração foi em 27 de outubro. Se cumprisse o que disse, o presidente deveria disparar o telefonema para o colega americano ocorrer até este sábado, 8.
Em outra entrevista, na última terça-feira, 4, para correspondentes da imprensa estrangeira presentes em Belém, Lula sinalizou que somente pretende ligar para Trump apenas depois da COP30. A conferência termina em 21 de novembro.
Negociações com União Europeia avançam
Em outra frente de negociação, a diplomacia brasileira e o entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva renovaram o otimismo em relação à ao acordo com a Mercosul-União Europeia. Antes de inciar a Cúpula do Clima, Lula teve uma reunião bilateral na última quarta-feira, 5, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Em nota à imprensa, o Palácio do Planalto informou que os dois conversaram sobre o acordo e a disposição de que seja assinado durante a Cúpula do Mercosul, que ocorrerá em 20 de dezembro, no Rio de Janeiro.
Para além das relações do entre os blocos, a presidente da Comissão Europeia assinou a Declaração sobre a Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono durante a participação na Cúpula do Clima na última sexta-feira, 7.
O governo brasileiro apostava que o avanço da proposta para definir normas comuns desse mercado dependia da adesão de União Europeia. Também ratificaram o documento China, Reino Unido, Canadá, Chile, Alemanha, México, Armênia, Zâmbia e França.
