Parlamentares com bom trânsito no governo dizem que, na reforma ministerial em discussão nos bastidores do governo, as chances de o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ir para a Saúde em substituição a Nísia Trindade estão cada vez mais fortes. Padilha, que é médico, ficará muito satisfeito se for consumada essa mudança, de acordo com esses parlamentares próximos ao governo.
Uma das razões pelas quais a mudança seria benéfica para ele é que Padilha sempre foi muito criticado, inclusive dentro do governo, pelo seu desempenho na articulação política com o Congresso. Ele tem dificuldades de relacionamento com o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e não se sabe se conseguirá se sair melhor nessa mesma missão com o provável novo presidente da Casa, Hugo Motta (PB-Republicanos), apadrinhado por Lira.
Aliados de Padilha admitem que há problemas e dificuldades na articulação com o Congresso. Para eles, contudo, a responsabilidade não seria só do ministro, mas de todo o governo. Um parlamentar próximo ao Planalto e defensor de Padilha questiona: “quem compõe o núcleo de articulação política do governo e qual o papel de outros ministros como Rui Costa (Casa Civil)”? Para o parlamentar, esse núcleo inexiste.
Se Padilha for para a Saúde, um possível arranjo a ser feito por Lula é o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), assumir a Secretaria de Relações Institucionais. A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) iria para a Secretária-Geral da Presidência.
Nessa composição, Lula precisaria, ainda, encontrar um lugar para Paulo Pimenta, que perdeu o posto na Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) para o marqueteiro da campanha de Lula, Sidônio Palmeira.