O governo brasileiro acompanha com certa preocupação os desdobramentos dos ataques com drones ucranianos contra a Rússia entre a noite de segunda-feira, 5, e a madrugada desta terça, 6. O presidente Lula tem embarque programado para Moscou para a noite desta terça-feira, 6. Na sequência, o petista visita a China.

O Palácio do Planalto evitou se manifestar sobre o assunto com o argumento de que não comenta questões relacionadas à segurança do presidente. O Ministério das Relações Exteriores também não se manifestou.

A investida contra Moscou aconteceu depois que, no sábado, 3, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que não poderá garantir a segurança de governantes que pretendem se encontrar com Vladimir Putin e participar das celebrações, na Praça Vermelha, do Dia da Vitória (quando a Rússia comemora a vitória das tropas soviéticas na Segunda Guerra Mundial, no dia 9 de maio). 

"A nossa posição é muito simples para todos os países que se deslocam à Rússia no dia 9 de maio. Não podemos ser responsabilizados pelo que acontece no território da Federação Russa", disse Zelensky. "Eles são responsáveis pela vossa segurança. Não daremos quaisquer garantias, porque não sabemos o que a Rússia poderá fazer nessas datas", completou o presidente ucraniano.

Lula tem presença esperada no desfile militar na Praça Vermelha e, também, participará de uma reunião bilateral com Vladimir Putin, Um dos objetivos da viagem é tentar viabilizar o Brasil como mediador da paz no conflito entre Rússia e Ucrânia.

Ataque e contra-ataque
Na Ucrânia, entre segunda e terça-feira, um bombardeio russo com drones deixou um morto na região de Odessa. Em resposta, os ucranianos lançaram um ataque com mais de 100 drones que forçou o fechamento de quatro aeroportos na região de Moscou.

O governo de Vladimir Putin afirmou que as agências de segurança pública, o Ministério de Defesa e os sistemas de defesa aérea do país irão garantir a ordem pública e a segurança de líderes internacionais em viagem ao país.

A visita de Lula a Rússia gerou reações contrárias de Zelensky. Na semana passada, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, convidou Lula para aproveitar a viagem e também visitar Kiev.