O ex-ministro Antonio Palocci está colocando ordem na casa e pagando dívidas que se acumularam desde que seus bens e dinheiro foram bloqueados em meio à Lava Jato. Dono da empresa Projeto Consultoria Empresarial e Financeira Ltda, Palocci negociou neste final de ano cerca de R$ 3 milhões em débitos com o erário, entre dívidas com a Receita Federal e a Previdência. Os boletos se acumularam entre 2018 e 2021 na planilha da Dívida Ativa da União.
Em abril passado, a Justiça Federal determinou a liberação dos bens pessoais de Palocci e da empresa. No auge da Lava Jato, em 2016, o Banco Central havia bloqueado mais de R$ 30 milhões da conta bancária da Projeto e mais de R$ 800 mil de Palocci. Estavam bloqueados seis imóveis e cinco veículos.
Entre os bens que foram liberados, está o apartamento em que Palocci mora nos Jardins, em São Paulo, avaliado em cerca de R$ 12 milhões. Foi nessa residência de 500 metros quadrados que o ex-ministro cumpriu parte de sua sentença, em 2018, quando foi beneficiado com a prisão domiciliar em razão de sua delação premiada.
Outro imóvel que estava bloqueado é o escritório da Projeto, que foi comprado por R$ 1 milhão por Palocci, mas que já sofreu grande valorização. O escritório fica em um prédio empresarial da Bela Vista, em São Paulo, quase em frente à Justiça Federal.
A conta judicial em nome da Projeto, que estava sob guarda da Justiça Federal, ultrapassou R$ 71 milhões em 2022. Desse valor bloqueado, Palocci conseguiu a liberação de R$ 35 milhões.
A coluna tentou falar com o ex-ministro, mas Palocci tem evitado entrevistas e saídas públicas. Vive uma vida discreta, evitando restaurantes e aeroportos.