Assim como outros dirigentes do PT, a ministra Gleisi Hoffmann manifestou apoio ao deputado Glauber Braga, do PSol, mas enfatizou que seu processo de cassação não é um tema de governo. O parlamentar iniciou uma greve de fome e montou um acampamento em frente ao Conselho de Ética após ter sua cassação aprovada pelo colegiado na quarta-feira, 9. Além das manifestações individuais de deputados e senadores, o PT divulgou na sexta-feira, 11, uma nota classificando a decisão como “perseguição política” ao parlamentar.

Disse a ministra em entrevista à coluna:

“Este não é um tema do governo, é um processo de julgamento interno da Casa. Mas eu acho que a pena, apenas avaliando casos que a Comissão de Ética já votou no passado, é desproporcional. Eu espero sinceramente que o plenário da Casa possa rever essa posição e ter uma condução para para que realmente a gente tenha proporcionalidade, porque nós temos casos muito graves lá da extrema direita e tem que se perguntar como que a Casa reagirá a esses casos.”

Sobre a greve de fome e o acampamento, Gleisi afirmou que o deputado busca denunciar e resistir à desproporcionalidade da punição.

A cassação de Glauber Braga foi aprovada sob a acusação de quebra de decoro parlamentar. O episódio que motivou a decisão ocorreu em abril do ano passado, quando o deputado chutou um militante e youtuber ligado ao MBL durante uma discussão no plenário. Segundo lideranças do PSol e do PT — incluindo Gleisi —, a reação de Braga foi motivada por uma ofensa grave dirigida à sua mãe, que se encontrava em estado terminal.