O líder interino do governo no Senado, Rogério Carvalho, afirmou à coluna que a saída do PP e do União Brasil do governo não deve pesar nas votações do Senado. Embora tenham feito parte da base aliada, senadores e deputados desses dois partidos sempre votaram com independência e muitas vezes contra a gestão Lula.

Para os governistas, essa debandada deve ter um efeito pequeno, com a perda de poucos senadores.

“Aqui no Senado, os parlamentares têm muita autonomia em relação aos partidos e têm de prestar contas aos eleitores. Independente da posição do partido, de ser contra o governo, de ser oposição, eles vão, em determinadas matérias, de interesse amplo, dificilmente votarão contra”, disse o senador petista.

Carvalho lembrou que já havia parlamentares dessas legendas que votavam contra o governo mesmo estando na base. Por outro lado, o senador usou as votações da terça-feira, 2, para balizar o impacto do desembarque. O governo conseguiu, segundo ele, duas vitórias, a do endurecimento das regras de punição do devedor contumaz e a PEC 66, que trata dos precatórios.

Licenciado por motivo de saúde, o líder do governo, senador Jaques Wagner, passou a terça-feira no Congresso para defender a aprovação da PEC, que foi aprovada por 49 votos, uma aprovação baixa.

“A PEC 66 teve apenas 49 votos porque o PL e o União Brasil fecharam questão contra e isso desfalcou. Alguns senadores também não estavam aqui. Mesmo assim, alguns parlamentares do União Brasil votaram a favor”, afirmou Rogério Carvalho, que considerou uma “grande vitória” do governo.