A fusão encaminhada por PSDB e Podemos faz lembrar a história contada por um dos delatores da Odebrecht envolvendo Pastor Everaldo, vice-presidente do Podemos e ex-presidenciável, e o tucanato.
Fernando Reis, ex-diretor da Odebrecht Ambiental, disse em sua delação que orientou Everaldo a “ajudar” Aécio Neves, presidenciável do PSDB em 2014, nos debates na TV naquela campanha. Everaldo disputava a Presidência pelo PSC, partido que ele presidia, incorporado pelo Podemos em 2023.
Reis contou que a Odebrecht deu a Everaldo a incumbência de ajudar Aécio nos debates após ter repassado R$ 6 milhões em caixa dois à campanha dele. Segundo o delator, a doação foi feita inicialmente como aposta em Everaldo, enquanto candidato com potencial junto ao eleitorado evangélico. Como esse potencial não se concretizou, a ajudinha ao tucano teria sido o jeito encontrado pela Odebrecht para fazer compensar o suposto repasse.
“Eu sugeri a ele que usasse o tempo do debate sempre para perguntar ao candidato Aécio, porque aí daria mais tempo ao Aécio para fazer perguntas”, relatou Reis.
No debate da TV Globo, o último antes do primeiro turno, por exemplo, Pastor Everaldo usou uma pergunta que deveria ser sobre Previdência para levantar a bola para Aécio criticar o PAC do governo Dilma.
Hoje vice-presidente do Podemos e quase tucano, Everaldo sempre negou as acusações do delator da Odebrecht sobre o suposto repasse de caixa dois. O inquérito sobre os relatos foi arquivado pela Justiça Eleitoral do Distrito Federal.