O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vai enfrentar mais uma ação da Polícia Federal após declarações em uma live transmitida pela internet neste domingo, 20. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, classificou o vídeo como mais uma tentativa de intimidar policiais federais e determinou que sejam estudadas medidas em relação ao filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro, que integra a corporação – ele é escrivão da PF. As providências devem ser anunciadas nesta segunda-feira, 21.

“Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber, não. Se eu ficar sabendo quem é você… Ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente…”, afirmou Eduardo Bolsonaro. Fábio Alvarez Shor é o delegado dos inquéritos sobre o 8 de Janeiro, que atingem o clã Bolsonaro.

Andrei Rodrigues considerou graves as declarações e “não vai deixar barato”, segundo pessoas próximas a ele. O chefe da PF pediu providências rápidas.

O deputado, que está desde março nos Estados Unidos, onde vive uma espécie de autoexílio por temor de ser preso, já é alvo de processo administrativo disciplinar na PF desde o início do ano, também por ataques dirigidos ao delegado Shor e pela exposição de sua imagem. Esse processo interno pode render a demissão do 03 dos quadros da polícia por justa causa. Apesar de nunca ter exercido o cargo efetivamente, ele é escrivão licenciado.

Renúncia
Na mesma live, o parlamentar declarou que não vai renunciar ao cargo. “Eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia. Se eu quiser, eu consigo levar meu mandato, pelo menos, até os próximos três meses.” Em março, ele pediu 120 dias de afastamento à Câmara dos Deputados. O período terminou neste domingo, 20. A partir desta segunda, ele volta a receber o salário de R$ 46,3 mil. Se não aparecer nas sessões, pode ter o mandato cassado. Para isso, basta que falte a um terço das sessões plenárias do ano.