Mais de uma semana após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter cruzado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nos bastidores da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), um possível encontro entre os dois ainda não tem data nem local para acontecer. Já se chegou a especular que os dois poderiam se encontrar durante a cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), que ocorrerá a partir do dia 26 de outubro, na Malásia, da qual Lula participará como convidado. No entanto, ainda não há confirmação se o líder americano irá ao encontro.
Segundo fontes do Itamaraty, essa possibilidade chegou a ser aventada, considerando uma possível coincidência de agenda, mas isso está ainda no campo das ideias. O governo brasileiro vê com bons olhos um encontro dos dois presidentes fora dos Estados Unidos, devido ao histórico de constrangimentos já provocados por Trump com líderes de outros países em encontros na Casa Branca. Também não está descartado um telefonema prévio entre os dois nos próximos dias, inclusive antes da ida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Washington.
Haddad ficará na capital norte-americana entre os dias 13 e 17 de outubro, onde participará das reuniões anuais do FMI (Fundo Monetário Internacional) e de encontros do G20. O ministro informou que seu objetivo é também avançar nas conversas com os Estados Unidos sobre as tarifas impostas às exportações brasileiras. “Eu vou para Washington participar de uns encontros lá e tem o G20. Vai ser uma oportunidade de conversar”, disse a
jornalistas, na manhã desta quinta-feira, 2.
Haddad também afirmou que ainda não há data definida para a reunião de Lula e Trump e que está participando, junto com o ministro, Mauro Vieira (Relações Exteriores), e com o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, das tratativas com membros do governo americano sobre o tarifaço.
Outro fator que pode atrapalhar a realização da reunião é o “shutdown” do governo americano provocado pela não aprovação do orçamento pelo Congresso. A paralisação de parte dos serviços do Estado provoca instabilidade nas atividades internas e pode interferir na agenda de Trump.