Emissários do Palácio do Planalto passaram os últimos dias falando com senadores para medir as chances de aprovação do nome do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga aberta no STF (Supremo Tribunal Federal). E o resultado não foi dos mais animadores. Até esta quarta-feira, 19, auxiliares do presidente Lula admitiam que ainda não tinham segurança de que o governo tem o número necessário de votos. 

Esses mesmos auxiliares do presidente dizem que que a falta de apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ao nome de Messias ainda é empecilho para a adesão de outros parlamentares. São necessários 41 votos para a aprovação de quem for indicado para a vaga, aberta com a aposentadoria antecipada do ex-ministro Luis Roberto Barroso. 

Alcolumbre vinha fazendo uma campanha franca para que o indicado de Lula fosse o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Só que o presidente se reuniu na última segunda-feira, 17, com o senador mineiro e comunicou a ele que escolheria outro nome para o posto. Lula reiterou a Pacheco o desejo de vê-lo candidato ao governo de Minas.

O senador reforçou que não pretende disputar as eleições – e que deve encerrar a vida pública ao final de seu atual mandato. A estratégia no Planalto, afirmam auxiliares de Lula, é insistir na tentativa de convencê-lo a disputar a eleição para governador. 

O governo quer evitar uma tensão maior com Alcolumbre para não criar problemas que possam afetar a montagem de chapas estaduais para 2026. Uma alternativa cogitada é que Lula possa conversar com o presidente do Senado sobre o assunto para apaziguar os ânimos. Diante da insistência de Alcolumbre em favor do nome de Pacheco para o STF, porém, o presidente não quer passar uma mensagem de fraqueza, disseram seus interlocutores, já que a prerrogativa de indicar os nomes para o STF é dele.