O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), foi retirado á força no final da tarde desta terça-feira, 9, da cadeira de presidente da Câmara no plenário. Ele havia ocupado o assento em reação ao anúncio de que seu processo de cassação será votado nesta quarta-feira, 10, no plenário.

Em entrevista coletiva concedida no Salão Verde depois de retirado do plenário, Glauber reclamou da atitude do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). “A única coisa que pedi ao Motta foi que ele tivesse 1% do tratamento para comigo com aqueles que sequestraram a mesa diretora da câmara por 48h em associação com um deputado que está nos Estados Unidos conspirando contra o nosso país”, afirmou Glauber, referindo-se aos parlamentares de extrema direita que ocuparam a mesa diretora em agosto, impedindo os trabalhos no início do semestre.

Antes de ser retirado, ele avisou que só deixará o posto caso fosse removido à força. “Eu vou me manter aqui firme até o final dessa história (…) Que me arranquem desta cadeira e me tirem do plenário”, declarou.

O ato elevou a tensão no plenário: as transmissões ao vivo da TV Câmara foram tiradas do ar e jornalistas foram orientados a deixar o local — um cinegrafista da GloboNews chegou a ser retirado. O episódio ocorre no mesmo dia em que foi costurado um acordo para votar a redução de penas dos condenados do 8 de Janeiro, negociação que envolve punições a três bolsonaristas e também a Glauber, acusado de agressão nas dependências da Casa.

Motta se manifestou pelas redes sociais depois do tumulto. “Quando o deputado Glauber Braga ocupa a cadeira da presidência da Câmara para impedir o andamento dos trabalhos, ele não desrespeita o presidente em exercício. Ele desrespeita a própria Câmara dos Deputados e o Poder Legislativo”. Na mensagem, o presidente da Câmara disse também que determinou apuração de “possíveis excessos” contra a “cobertura da imprensa”.