Apesar do baque com a operação Sem Desconto, Carlos Lupi disse a auxiliares que está se sentindo seguro no governo. A avaliação no Ministério da Previdência Social e mesmo no Planalto é que o presidente Lula não deu nenhum sinal de que pretenda trocar o ministro. Inclusive viajou para o funeral do Papa sem tomar nenhuma medida, à exceção da demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, ligado a Lupi.

Aliado de Lula há décadas, Lupi já havia garantido ao presidente que o PDT, partido que presidiu, não titubeará ao apoiar a reeleição do petista, em 2026. Em um momento em que o governo está fragilizado ante a opinião pública, é um apoio do qual Lula não poderia prescindir. O pedetista é amigo de primeira hora de Lula, atravessando crises como mensalão, impeachment de Dilma Rousseff e Lava Jato.

Pesa também nesta avaliação dos auxiliares de Lupi o fato de as investigações sequer citarem o ministro e apontarem que o esquema de fraude do INSS nasceu em 2019, no governo Bolsonaro. Ou seja, a afirmação é de que trata-se de uma organização criminosa que opera sem considerar os partidos no poder.

As primeiras declarações de Lupi, no entanto, desagradaram os auxiliares de Lula. No primeiro momento, o ministro tentou preservar o cargo de Stefanutto, um aliado que ele tirou do PSB para integrar o PDT.