A CPI encarregada de apurar os descontos não autorizados de aposentados do INSS deve funcionar somente a partir de agosto no Congresso. Desde já, porém, a indicação de nomes provoca disputa acirrada no campo da direita pela vaga de relator do colegiado.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) insiste em ter na relatoria a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), que foi sua parceira no requerimento lido pelo presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP). Só que o nome de Fernanda não é aceito pelo líder da bancada de seu próprio partido, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

Sóstenes defende para a posição um nome que ele considera mais capaz de ir para o enfrentamento do governo de forma mais estridente e, dentro desse perfil, o líder do PL sonha em emplacar na relatoria o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um fenômeno nas redes sociais.

Outro nome defendido por Sóstenes é o do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), o mesmo que foi “relator surpresa” da derrubada do decreto do IOF na Câmara, pautado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Espaço para a oposição
Essa decisão está nas mãos de Motta, que havia sinalizado a aliados a intenção de indicar um relator mais neutro para a comissão, um nome do Centrão. O problema é que, agora, a relação de Motta com o governo está bastante desgastada e membros da oposição passaram a perceber espaço para dialogar com o presidente da Câmara e emplacar um nome como de Nikolas Ferreira no posto de relator.

Motta viu crescer contra ele durante o fim de semana o que ele chama de linchamento virtual em vídeos produzidos com tecnologia de inteligência artificial e atribui ao Palácio do Planalto a articulação desses vídeos nas redes. É nesse ambiente que Sóstenes vê espaço para convencer o paraibano a indicar Nikolas para a vaga.

Da parte do Senado, o bloco formado pelo PL e pelo Novo já indicou os nomes dos senadores Izalci Lucas (PL-DF), Jorge Seif (PL-SC) e Eduardo Girão (Novo-CE) como titulares da comissão, e de Magno Malta (PL-ES), Marcos Rogério (PL-RO) e Rogério Marinho (PL-RN) como suplentes. Na Câmara, porém, ainda não se tem a indicação, mas são mencionados os nomes de Bia Kicis (PL-DF), de Zé Trovão (PL-SC) e da própria Coronel Fernanda para integrarem o colegiado. 

Até o momento, não há qualquer formalização das indicações. O que se tem são acordos verbais, inclusive o que aponta o senador Omar Aziz (PSD-AM) para presidir o colegiado. O nome do amazonense é defendido pelo governo e conta com o apoio de Alcolumbre.