O PSol e os parlamentares de esquerda que estão defendendo o mandato de Glauber Braga chegam nesta terça-feira, 29, ao plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara prontos para a briga, mas com a expectativa baixa de suspender o processo de cassação do deputado carioca.
Relator do pedido de Glauber Braga para suspensão da cassação aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara, o deputado Alex Manente, do Cidadania de São Paulo, jogou água na esperança dos psolistas. Por um perfil de centro, a expectativa dos aliados de Braga era que Manente fosse mais sensível aos argumentos de Glauber Braga em sua petição de quase 100 páginas.
A principal argumentação do PSol é de que a punição com cassação não está prevista no código de ética da Casa para o tipo de infração que ele cometeu: de agressão física. De acordo com artigo 12 do código, a pena prevista é uma censura por escrito.
A leitura do relatório de Manente, que manteve a cassação, foi feita em sessão na semana passada e os deputados do governo conseguiram que a votação em plenário da comissão fosse adiada para esta terça-feira. Agora, para rejeitar ou aprovar o relatório, é preciso maioria simples entre os 66 parlamentares da CCJ. Como o pedido de adiamento da votação foi bem apertado, a avaliação é que o resultado de amanhã seja desfavorável a Glauber.
Já em julho, no plenário da Câmara, a previsão é de que seja mais difícil para a oposição do governo conseguir os 257 votos para cassar o deputado. Em conversas informais com outros colegas, os parlamentares do PSol têm ouvido uma mesma conversa: a de que Glauber Braga é uma pessoa difícil, muito contestadora e de difícil relacionamento com os outros partidos, mas que a cassação é uma pena muito forte.