A Prefeitura de São Paulo rebateu o estudo do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) que apontou ausência de impacto do sistema Smart Sampa na segurança pública da capital, em pontos como redução da criminalidade e aumento da produtividade policial. As conclusões do CESeC foram divulgadas pela coluna na segunda-feira, 28. A organização reiterou a metodologia do estudo.
Em nota, a Prefeitura classificou como “incorreta” a conclusão de que o sistema não possui impacto comprovado e criticou a metodologia usada pelo estudo, que compara São Paulo a cidades do interior do estado.
“Uma análise adequada deveria comparar São Paulo antes e depois do programa e, também, com cidades de porte semelhante, em vez de municípios do interior do Estado. A verificação de antes e depois da operação do sistema mostra uma melhora significativa na segurança urbana da capital”, disse a Prefeitura.
A administração Ricardo Nunes afirmou que o Smart Sampa resultou na prisão de 2.965 criminosos em flagrante, 1.558 foragidos da Justiça e na localização de 79 pessoas desaparecidas. Também disse que o algoritmo do sistema foi atualizado e hoje tem 99,5% de assertividade, com todos os alertas validados por agentes humanos.
A nota da Prefeitura paulistana mencionou ainda reduções nos índices de crime, como os roubos na Avenida Paulista, que teriam caído 75% em junho com o apoio de uma base móvel do Smart Sampa. A gestão cita ainda pesquisa do Real Time Big Data segundo a qual o sistema tem aprovação de 91% da população.
Com mais de 30 mil câmeras instaladas pela cidade, o sistema é frequentemente citado por Ricardo Nunes como uma ferramenta que tem melhorado a segurança na capital paulista, uma das maiores preocupações dos paulistanos. Com o Smart Sampa como carro chefe de sua gestão nessa área, o prefeito tem se movimentado por uma candidatura ao governo estadual, caso o aliado Tarcísio de Freitas dispute a Presidência em 2026.
Procurado pela coluna para comentar a resposta da Prefeitura, o CESeC afirmou que a metodologia do estudo é “robusta e amplamente validada” e baseada no manual de evidências em segurança e Justiça do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O centro de estudos disse que o estudo “leva em conta o contexto, o comportamento dos indicadores antes do início do programa e as diferenças populacionais dos locais comparados”. Também pontuou que foram comparadas taxas dos distritos policiais do estado de São Paulo, “levando em conta o peso populacional e controlando pelo nível de criminalidade antes do programa Smart Sampa”.
“A validade do resultado é contingente ao que chamamos de tendência paralela, ou seja, não há diferença dos resultados significantes entre roubos, furtos e homicídios nos períodos anteriores na análise. Os testes realizados demonstraram que não havia diferença estatística significativa entre os distritos analisados, mesmo os pertencentes a outros municípios do estado, sendo a comparação realizada no estudo estatisticamente válida”, declarou o CESeC.