O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor 15), que é uma prévia da inflação, terminou 2025 com alta de 4,41%, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 23, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado sinaliza que o Banco Central deve cumprir o objetivo me manter a taxa em até 4,5%, teto da meta de inflação.
Somente em dezembro, o IPCA-15 registrou alta de 0,25%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete tiveram alta no mês de dezembro. O maior aumento foi registrado no grupo de Transportes (0,69%). O grupo Artigos de Residência(-0,64%) registrou a quarta redução consecutiva na média de preços.
Segundo André Valério, economista sênior do banco Inter, o resultado trouxe uma piora qualitativa nos dados, com a inflação de serviços pressionada, apresentando alta de 0,70%. Ele afirmou que esse resultado foi afetado pela alta nas passagens aéreas.
“Ainda assim, as medidas subjacentes também indicam maior pressão, com a inflação de serviços subjacentes com alta de 0,52% e a de intensivos em trabalho com alta de 0,65%. A média dos núcleos também aumentou, passando de 0,27% para 0,32%, fazendo com que a média móvel de 3 meses revertesse tendência de queda vista nos últimos 4 meses”, disse.
Apesar da piora qualitativa, o economista ainda disse que o resultado de dezembro aponta para a consolidação do processo de desinflação. Diante das diferenças metodológicas, ele espera que o IPCA de dezembro, que será divulgado pelo IBGE em janeiro, venha ligeiramente melhor.
“A expectativa é de um primeiro trimestre de 2026 com inflação mais fraca, especialmente comparado ao 1° trimestre de 2025, o que permitirá uma desinflação mais acentuada no acumulado em 12 meses, abrindo espaço para o início dos cortes na Selic no 1° trimestre. Ainda vemos como provável o início em janeiro, mas dada a cautela do Copom, não descartamos que o BC opte por retardar o início para a reunião de março”, completou.
