Às 14h14, soou o sinal que marcou a entrada dos ministros para a segunda sessão do dia no Supremo Tribunal Federal. Coube à defesa de Mauro Cid inaugurar a tarde: Jair Alves Pereira e Cezar Bitencourt dividiram a primeira hora de sustentações orais.
Enquanto os advogados falavam, parte da bancada de ministros se mantinha atenta — mas sem abrir mão do café. Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Flávio Dino iniciaram a sessão com xícaras na mão.
O tom seguiu leve. Moraes chegou a sorrir e gesticular quando Pereira mencionou áudios vazados sobre a delação de Cid em que continham críticas ao ministro. Em outro momento, Bitencourt rasgou elogios a Luiz Fux: “É sempre simpático e atraente, como são os cariocas”, o que levou Dino a brincar: “Não espero nada menos que isso”.
A réplica veio em forma de cortesia. O advogado exaltou Dino como alguém “acima disso” e dono de “galhardia, elegância, sabedoria e talento”. A confusão só esteve na geografia: Bittencourt situou o ministro como nortista, embora ele seja do Maranhão, no Nordeste.
O público político só começou a aparecer depois: os deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Rogério Correia (PT-MG) chegaram ao plenário às 14h49, quando a primeira hora da sessão já estava consumida por cafés, trocas de olhares e discursos alongados.