Bolsonaristas que ficaram contrariados com a ausência de Tarcísio de Freitas no ato da Avenida Paulista, no domingo, 3, deram o braço a torcer com a ostensiva manifestação de apoio do governador de São Paulo a Jair Bolsonaro após a prisão domiciliar.
Embora Tarcísio tenha deixado de ir à Paulista por razões de saúde, um procedimento médico no Albert Einstein no domingo, aliados de Bolsonaro não haviam engolido a ausência. Como mostrou a coluna na véspera da manifestação, também foram criticadas as faltas de outros governadores de direita cotados à campanha presidencial, como Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Júnior.
O vídeo em que Tarcísio demonstrou apoio a Bolsonaro, divulgado poucas horas depois da ordem de prisão domiciliar assinada por Alexandre de Moraes, surpreendeu bolsonaristas desconfiados de sua lealdade ao ex-presidente.
O governador disse que “Bolsonaro foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar. Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar”. Também indagou se “vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la” e declarou que “não vão calar o movimento”.
O tom das declarações, considerado mais forte que o habitual de Tarcísio em relação ao STF e Moraes, ajudou o governador a recuperar pontos. Ainda assim, alguma desconfiança ainda persiste. “Ele estava no negativo, agora está zero a zero”, resumiu um aliado de Bolsonaro.