De olho nas disputas que ocorrerão em 2026, o PSD, de Gilberto Kassab, investe na atração de nomes com potencial de se tornarem alternativas contra a provável candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A filiação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ocorrerá nesta sexta-feira, 9, em São Paulo, segue essa lógica.

O PSD foi a legenda que mais conquistou prefeituras em 2024, com 887 municípios, 5 capitais. O investimento agora é na atração de possíveis candidatos, tanto ao Planalto, quanto aos executivos estaduais.

O governador gaúcho será recebido no PSD como presidenciável, mas sabe que seu nome não será homologado caso o partido embarque em uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República. Leite deixará o PSDB, mesma mudança feita pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, em fevereiro deste ano. Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, também tucano, é outro nome que também pode deixar o ninho tucano e tem convites tanto do PSD quanto do PP.

Esses movimentos fazem parte do contexto de reorganização das forças políticas de centro-direita para as eleições do ano que vem. Kassab também fala em lançar o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) à presidência. A decisão de seguir com candidato próprio, seja Leite ou Ratinho, só será tomada no próximo ano e dependerá do rumo a ser adotado por Tarcísio.

Mas o que o PSD ganharia apoiando um nome de outro partido? O governador paulista tem Kassab como um dos seus principais articuladores políticos. Além disso, uma candidatura de Tarcísio também beneficiaria o partido de imediato, já que Felício Ramuth, vice-governador, herdaria o governo por nove meses, a partir da desincompatibilização do republicano, que teria que ocorrer em março de 2026, seis meses antes da votação. Ramuth poderia, ainda, concorrer á reeleição no cargo, com a máquina estadual na mão.

Se a opção for Tarcísio, tanto Leite, quanto Ratinho devem deixar seus postos nos estados para se candidatarem ao Senado.