Causou estranheza em Brasília o silêncio das lideranças petistas sobre o pacote de cortes de gastos anunciado semana passada pelo governo. Se antes parlamentares e dirigentes do partido, como a presidente Gleisi Hoffmann, criticavam duramente as medidas em gestação na equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda), depois do anúncio as manifestações rarearam.
Alguns petistas até teceram comentaram nas redes sociais, mas evitaram debater o tema na imprensa e se expor a perguntas. “De filho feio ninguém quer ser o pai”, ironizou sob reserva um integrante do governo, reconhecendo que o resultado do anúncio não foi o esperado, principalmente para o mercado, que o considerou insuficiente. A mesma pessoa disse que petistas “gostam de ir à mídia para criticar, mas não para elogiar”.
Nas redes, Gleisi e Lindbergh
Dentro do governo, a avaliação é a de que o pacote agradou – e muito – os petistas. Nas redes, Gleisi Hoffmann criticou a imprensa por ter feito restrições ao pacote ao misturar medidas de equilíbrio fiscal e de reforma da renda. “Este é o centro do ataque ensaiado contra Lula e as medidas de contenção de despesas anunciadas”, afirmou.
Outro conhecido crítico de Haddad, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que deve ser o novo líder da bancada do partido na Câmara, conclamou a militância, também via redes, a mover “uma grande campanha para aprovar o projeto que isenta de imposto de renda quem ganha até 5 mil reais e aumenta o imposto de quem ganha a partir de 50 mil por mês e que hoje paga menos”.