A atenção dos petistas se volta para a viagem de Lula a Fernando de Noronha, em 8 de novembro, mas não necessariamente por causa do lançamento do projeto Noronha Verde. Os líderes do PT querem avaliar como está a relação do Palácio do Planalto com a governadora Raquel Lyra, candidata do PSD à reeleição. Raquel e João Campos disputam o apoio do presidente.
Embora o PT tenha se animado com os afagos recentes de Campos a Lula, uma aliança exclusiva com o PSB não está garantida. Desde o início das conversas eleitorais sobre Pernambuco, nomes como Rui Costa têm defendido que o presidente fique neutro no estado, garantindo espaço nos dois palanques.
Em encontros recentes com Lula, o prefeito do Recife tem feito elogios ao governo e reforçado que, em sua chapa, uma das vagas da disputa ao Senado estaria garantida para Humberto Costa tentar a reeleição.
Coincidentemente, enquanto as conversas com o PSB esquentaram, a governadora deixou de comparecer a um evento com o presidente, em 14 de agosto, e viajou para outra região do estado. Para parte do PT, foi um sinal de que a aliança já teria subido no telhado.
Raquel Lyra reaparece agora com mais poder de fogo. Uma pesquisa encomendada pela CBN nesta semana ao Datafolha mostrou que 57% dos pernambucanos aprovam seu governo. João Campos, no entanto, venceria no primeiro turno se a eleição fosse agora (52% contra 30%).
Num eventual segundo turno, o placar seria 58% a 35% para o prefeito do Recife. Na pesquisa espontânea, os dois ficaram empatados, com 23%. A margem de erro é de três pontos percentuais. Apesar dos números inferiores aos do adversário, Raquel apresentou desempenho melhor do que em pesquisas anteriores, feitas por outros institutos.
