O recado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à União Europeia nesta quarta-feira, 17, foi um “ultimato” e uma “imposição de limites” diante do impasse entorno da assinatura do acordo do bloco europeu com o Mercosul, afirmaram ao PlatôBR diplomatas e técnicos da ala política.

Os auxiliares de Lula afirmaram que o governo identificou nas últimas semanas uma ação orquestrada por França e Itália contra a assinatura do acordo entre os dois blocos.

Com isso, Lula foi orientado pelo ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) e pelo chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim, que seria a hora de marcar posição de maneira incisiva, diante do risco de que o documento não seja assinado no próximo sábado, 20, durante a Cúpula do Mercosul que ocorrerá em Foz do Iguaçu (PR). 

“Eu agora estou sabendo que eles não vão conseguir aprovar [no Conselho Europeu]. Está difícil, porque a Itália e a França não querem fazer por problemas políticos internos. E eu já avisei para eles, se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente. É bom saber. Faz 26 anos que a gente espera esse acordo, 26 anos”, disse Lula, durante a reunião ministerial.

A avaliação no Itamaraty e no Palácio do Planalto é de que França e Itália têm atuado para protelar o acordo, com desculpas e novos problemas que não existiam quando as negociações entre os dois blocos foi concluída no ano passado. Com isso, afirmaram auxiliares do petista, não haveria mais espaço para negociações diplomáticas em nível técnico e era necessária uma “intervenção presidencial”.