A reforma administrativa, relatada pelo deputado Pedro Paulo, do PSD do Rio de Janeiro, começa a ganhar corpo na Câmara. O discurso oficial da reforma segue focado na modernização. Fala-se em unificar tabelas de remuneração, limitar férias de 60 dias, incentivar a digitalização e criar bônus por metas cumpridas. Medidas que mexem com o cotidiano da maioria dos servidores, mas que, por ora, não chegam aos quartéis.

Segundo representantes do funcionalismo público, nada foi pautado até agora sobre mexer na previdência dos militares, embora seja uma via que possa trazer grandes economias aos cofres públicos.

“Tanto eles quanto os supersalários estão fora dessa reforma. O relator, até onde sabemos, não falou uma palavra sobre isso”, diz um representante da categoria.

Na base governista, há quem veja a chance de romper um tabu histórico, incluindo os militares na reforma, mas sem grande otimismo.

“Militares sempre meteram medo. Depois da redemocratização, ninguém teve coragem de tocar no assunto. Lula conviveu bem, Dilma também. Bolsonaro, então, blindou. Agora, enfraquecidos, poderia ser o momento. Mas não vejo esforço [do governo] para incluí-los”, admite um parlamentar aliado do Planalto.