Foi uma reunião ministerial com cara de peça publicitária. Ao abrir o encontro com todos os ministros no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou que nem todos teriam direito a fala. A ideia era repassar os argumentos que possam ser usados pelo governo até as eleições de 2026. 

Todos os ministros, com exceção de Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e de Marina Silva (Meio Ambiente), usavam boné azul com a inscrição “O Brasil é dos brasileiros”, slogan que Sidônio Palmeira, chefe da Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência da República, adotou na primeira campanha que fez depois de assumir o cargo, em janeiro.

No final a reunião, Sidônio lançou uma nova marca para o terceiro mandato de Lula, “Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro”, para substituir o mote “União e reconstrução”, adotado em 2023.

Lula deu o tom a ser adotado nos discursos dos ministros. Em relação à crise com os Estados Unidos, o petista pediu aos auxiliares que incluam a ideia de “soberania” em todas as falas públicas a partir de agora. “É importante que cada ministro faça questão de retratar a soberania desse país. Nós aceitamos relações cordiais com o mundo inteiro, mas não aceitamos o desaforo, ofensas e petulância de ninguém. Se a gente gostasse de imperador, a gente não tinha acabado com o império, o Brasil ainda seria monarquia”, afirmou Lula.

No discurso, o petista também cobrou engajamento dos ministros do Centrão. Se eles não se sentirem à vontade para defender o governo, sugeriu, podem sair. 

“Traidores”
Sobre a rivalidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), Lula classificou toda família do ex-presidente como “traidora da pátria” e deu ordem para que todos os seus auxiliares a partir de agora se engajem no embate político em contraposição ao bolsonarismo. O presidente fez referência direta ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Ele está adotando os Estados Unidos como pátria, negando a sua pátria e tentando insuflar o ódio de alguns governantes americanos contra o povo brasileiro”, disse Lula.