No julgamento de Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta terça-feira, 2, as apresentações finais das defesas do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, e do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Abin, tiveram momentos de descontração e também um puxão de orelha da ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Um dos episódios ocorreu durante a fala do advogado Paulo Cintra, defensor de Ramagem. Ao usar voto impresso e voto auditável como sinônimos, ele foi interrompido pela ministra: “O processo eleitoral brasileiro é amplamente auditável. Ponto”. Ela acrescentou: “Vossa senhoria sabe a distinção entre processo eleitoral auditável e voto impresso? Porque repetiu como se fosse sinônimo, e não é. Porque o processo eleitoral é amplamente auditável no Brasil. Passamos por uma auditoria”. Cintra concordou e corrigiu a fala, provocando risos no plenário.

Mais risos
O momento de descontração foi na sustentação oral do advogado Demóstenes Torres, ex-senador por Goiás. Defensor de Garnier, ele usou boa parte de tempo para elogiar os ministros e demonstrar certa intimidade com alguns. Dirigindo-se ao relator, ministro Alexandre de Moraes, citou seu papel na prefeitura de São Paulo como secretário do então prefeito Gilberto Kassab (PSD). 

O advogado arrancou risos de quem estava no plenário da turma. Disse que é possível existir quem goste de Moraes e de Bolsonaro, de forma igual: “Esse alguém sou eu.” O advogado disse que admira o ministro, mas também não teria problema em levar “cigarro” para o ex-presidente na cadeia, caso seja condenado e preso em regime fechado. Nesta quarta-feira, 3, o julgamento será retomado às 9h.