Fora Jair Bolsonaro, Ronaldo Caiado foi o único nome no campo da direita que já se lançou candidato a presidente. Passou boa parte de 2024 em guerra com o capitão, em mais uma ida e vinda de uma relação cheia de casamentos e separações, analogias caras ao mundo bolsonarista. Mas a dinâmica desse relacionamento pode estar caminhando para um fim, já que a chance de Bolsonaro ser candidato em 2026 hoje é próxima de zero e o governador de Goiás já avisou publicamente que só abriria mão de sua candidatura se o nome fosse Bolsonaro.
Caiado já disputou a Presidência em 1989, pelo extinto PDN, legenda criada pela associação União Democrática Ruralista (UDR), fundada por Caiado. Hoje no União Brasil, partido com capilaridade nacional e formada por políticos de diferentes matizes da direita, Caiado teria bem mais chances do que na nanica sigla por que enfrentou Lula na primeira eleição direta pós-ditadura.
A segurança pública, com bons indicadores de redução de criminalidade de Goiás, seria sua principal vitrine. Se sair candidato, tentará angariar o voto de quem defende um endurecimento ainda maior das polícias país afora. Sustenta que a polícia precisa usar a força para intimidar criminosos, na contramão das mais bem-sucedidas experiências de redução consistente de criminalidade mundo afora.
Se o plano A de disputar o Planalto fracassar, Caiado tende a tentar voltar ao Senado, movimento com poucos riscos de fracasso. Hoje inelegível por abuso de poder político na campanha vitoriosa de Sandro Mabel em Goiânia, deverá conseguir reverter no TSE a condenação dele e de seu prefeito para manter seus planos eleitorais e não correr o risco de perder o domínio na capital, onde este ano Mabel derrotou o candidato de Jair Bolsonaro.