“Heliogábalo”, peça que Jean Genet escreveu na prisão, em 1942, ganhou uma edição em português que chegará às livrarias em agosto, pela editora Ercolano.
O manuscrito da obra, que era considerado perdido, foi encontrado nas coleções patrimoniais da Biblioteca Houghton, da Universidade de Harvard, e publicado pela primeira vez na França, no ano passado. O drama de Genet tem quatro atos.
Heliogábalo foi um jovem imperador romano, que morreu assassinado aos 18 anos, em 222 d.C. Em seu curto reinado, de menos de cinco anos, chocou Roma com escândalos sexuais e religiosos, tendo se casado cinco vezes — na última delas, com um cocheiro.
Ele foi morto por sua própria guarda, numa trama urdida por sua avó. O imperador e a mãe foram decapitados e tiveram seus corpos nus arrastados pela cidade.
Recentemente, o museu de North Hertfordshire, no Reino Unido, passou a usar pronomes femininos e a entender Heliogábalo como uma mulher trans, uma vez que o jovem imperador usava roupas femininas e teria ordenado que não o chamassem de senhor, mas de senhora.