Em uma entrevista em outubro de 2022, poucos dias antes de perder a eleição para Lula, Jair Bolsonaro disse que, caso fosse derrotado, passaria a viver com a aposentadoria de deputado federal e a de capitão reformado do Exército a que tem direito. À época, Bolsonaro calculava que receberia R$ 42 mil brutos por mês e classificou o valor como “excepcional”.
Depois da sua saída do Palácio do Planalto, como se sabe, o PL ampliou a satisfação financeira do ex-presidente. Bolsonaro passou a ocupar o cargo (bem) remunerado de presidente de honra do partido. Em 2024, os salários pagos pelo PL a Bolsonaro com dinheiro público e as aposentadorias que ele recebe da Câmara e do Exército chegaram, somados, a R$ 1 milhão.
Em sua prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PL informou ter pagado no ano passado um total de R$ 384,4 mil em salários brutos a Jair Bolsonaro.
O ex-presidente recebeu todo mês R$ 32,1 mil do partido, mesmo valor embolsado por outros membros da cúpula da sigla, como Valdemar Costa Neto e Michelle Bolsonaro. A ex-primeira-dama e potencial candidata ao Senado em 2026 é presidente nacional do PL Mulher.
O dinheiro que banca os salários de dirigentes é oriundo do fundo partidário, montanha de dinheiro público destinada à manutenção dos partidos no Brasil. Em 2024, o PL recebeu R$ 170 milhões do fundo, que distribuiu R$ 1,1 bilhão às legendas.
Fora os salários no PL, Jair Bolsonaro ainda acumula mensalmente a aposentadorias de deputado federal, de R$ 39,4 mil brutos, e a de militar reformado, cerca de R$ 12 mil, também brutos. Considerando os valores anuais desses pagamentos, Bolsonaro levou R$ 473,4 mil da Câmara e R$ 143,3 mil do Exército em 2024.