O empresário Saul Klein, um dos herdeiros de Samuel Klein, fundador das Casas Bahia, tenta desde 2022 junto à Justiça de São Paulo que sejam corrigidos monetariamente os valores que ele tem a receber como herança.
A defesa de Saul afirmou que ele sofre prejuízos com uma cláusula que prevê a não correção monetária sobre o montante. Isso porque, mais de dez anos após a morte de Samuel, em novembro de 2014, a partilha de bens ainda não foi homologada em razão da investigação de paternidade de um outro suposto filho do empresário morto.
A ação de Saul na 6ª Vara Cível de São Caetano do Sul (SP) foi apresentada em novembro de 2022 e cita, entre os valores, R$ 260 milhões que ele teria a receber das Casas Bahia.
O mesmo processo tenta anular o aditamento a um memorando de entendimentos entre Saul e o irmão, Michael Klein, inventariante de Samuel, sob a alegação de que o acordo reduziu em R$ 40 milhões os R$ 300 milhões que ele teria a receber. A Justiça negou em agosto de 2023 uma liminar pedida por Saul para suspender esse aditamento.
Em meio a problemas de saúde, que o levaram a ser internado em uma UTI, Saul Klein também busca judicialmente o adiantamento do recebimento da herança, no que é rechaçado por Michael.
Em julho de 2023, Saul foi condenado pela Justiça do Trabalho por tráfico de pessoas para fins sexuais. A sentença impôs a ele o pagamento de R$ 30 milhões por aliciar jovens e adolescentes sob a falsa promessa de trabalho, para explorá-las sexualmente em seu sítio, em condições similares à escravidão. A defesa dele nega os crimes.
Em abril de 2024, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) anulou a sentença por considerar ter havido violação ao princípio da ampla defesa de Saul Klein, em razão de irregularidades em sua intimação no processo. Foram anulados todos os atos da ação a partir da citação de Saul e uma nova instrução processual deverá ser iniciada.