Eduardo Paes, atualmente, é o favorito para o governo do Rio de Janeiro de 2026, mas não necessariamente será candidato.
Primeiro, vamos às razões do favoritismo. Paes foi reeleito para seu quarto mandato como prefeito da capital. Contará com o apoio do governo federal no ano que vem. Tem uma gestão de qualidade para mostrar na campanha eleitoral. Finalmente, Paes não tem hoje um adversário à sua altura. É este último ponto que, se deixar de existir, forçará Paes a ter que repensar se vale o risco da candidatura.
Se daqui até o fim do ano a direita construir um nome que se mostre competitivo, o prefeito do Rio terá que tomar uma decisão nada trivial. Afinal, uma terceira derrota na disputa do governo fluminense (perdeu em 2006 e em 2018), depois de quatro mandatos na Prefeitura, poderia representar um prejuízo incontornável à sua carreira.
Atualmente, a direita fluminense está dividida basicamente entre dois nomes: o vice-governador Thiago Pampolha, do MDB, que deverá assumir o Palácio Guanabara em abril, quando Cláudio Castro sairá para disputar o Senado, e o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar, do União Brasil, que se tornará na prática o vice-governador também em abril.
Os dois são adversários, embora hoje componham o mesmo governo. Não está claro quem receberá o apoio da família Bolsonaro. A menos que a prisão de Bolsonaro destroce a imagem da família no eleitorado de direita, este apoio é que fará a balança pender mais para o lado de Pampolha ou de Bacellar. Os dois estão brigando por isso.
Se um dos dois conseguir se consolidar como um nome competitivo este ano, ou, no limite, até abril do ano que vem, Paes poderá seguir na Prefeitura e não arriscar uma nova derrota.
A política fluminense já fez essa análise, e não sabe o que Paes faria neste cenário. Talvez nem ele saiba.