Favorito para ser nomeado à Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), no lugar do criticadíssimo Paulo Pimenta, Sidônio Palmeira está prestes a chegar a um posto que presidentes petistas nunca entregaram, ao menos diretamente, com nomeação no Diário Oficial, aos marqueteiros de suas campanhas.
Embora mais conhecidos e midiáticos que Palmeira, Duda Mendonça (à direita na imagem abaixo) e João Santana (à esquerda), responsáveis pelas campanhas vitoriosas de Lula e Dilma Rousseff em 2002, 2006, 2010 e 2014, nunca foram ministros da Secom. Sidônio assinou o marketing político do presidente em 2022.
Mendonça manteve influência sobre a comunicação do primeiro governo Lula, então sob responsabilidade de Luiz Gushiken, até cair em desgraça no escândalo do mensalão. Ele desenhou campanhas de programas-chave do petista, como o Fome Zero, e sua agência tinha contrato com o governo.
João Santana, por sua vez, atuava como um consultor político informal de Dilma e dispunha de trânsito livre nos bastidores do governo da petista. O marqueteiro integrava um restrito grupo de assessores a que então presidente dava ouvidos. Assim ele seguiu até ser preso na Operação Lava Jato, em fevereiro de 2016.
Além da baianidade, que também se estende a Sidônio Palmeira, e de não terem sido ministros, Mendonça e Santana têm outro ponto em comum: ambos fecharam acordos de delação premiada com a Lava Jato.
Duda Mendonça morreu em agosto de 2021, quando lutava contra um câncer no cérebro. Santana voltou às campanhas políticas em 2022, como marqueteiro de Ciro Gomes, derrotado no primeiro turno.
Prestes a ser nomeado por Lula, Sidônio Palmeira terá como missão elevar a aprovação do governo nos cerca de 20 meses até o início da campanha eleitoral de 2026.