No segundo dia do julgamento de Jair Bolsonaro no STF (Supremo Tribunal Federal), o clima foi de silêncio entre apoiadores. A frente da casa do ex-presidente, no condomínio Solar de Brasília, amanheceu vazia e permaneceu sem manifestações até o fim da manhã desta quarta-feira, 3. O mesmo cenário se repetiu na Praça dos Três Poderes, em Brasília, onde a circulação foi apenas de policiais e servidores.

O contraste chama a atenção em relação a outros momentos de pressão sobre o STF, quando grupos organizados costumavam marcar presença nas imediações. Até agora, a mobilização tem sido discreta, sem atos de rua, enquanto aliados de Bolsonaro concentram esforços em convocar manifestações para o 7 de Setembro.

Na terça, 2, os ministros começaram a ouvir os advogados de defesa e de acusação no processo sobre a tentativa de golpe de Estado. Nesta quarta, 3, as sustentações orais devem ser finalizadas. A previsão é que os votos dos magistrados sejam apresentados a partir da próxima terça-feira, 9.

Julgamento inédito
Os réus são acusados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A pena pedida chega a 43 anos de prisão – acima dos 40 anos estipulados como tempo máximo de reclusão para um condenado.