Cerca de três horas depois do anúncio do nome de Jorge Messias para o STF, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) divulgou nota para informar que colocará em votação, na próxima terça-feira, 25, o projeto de lei complementar que regulamenta a aposentadoria especial dos agentes comunitários de saúde. Essa é pauta-pomba para o governo.
A medida tem um impacto estimado em R$ 24,72 bilhões nas contas públicas, segundo estimativa do Ministério da Previdência Social. A proposta já foi aprovada na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) e, se aprovada no plenário do Senado, segue para Câmara.
No meio político, o gesto de Alcolumbre foi interpretado como uma resposta a Lula pela indicação de Messias. O presidente do Senado defendia o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na nota à imprensa, Alcolumbre não cumprimentou Messias pela indicação, outro sinal de sua insatisfação com Lula.
“A proposta representa um marco para milhares de profissionais que dedicam suas vidas ao cuidado direto da população brasileira. Homens e mulheres que, todos os dias, enfrentam sol e chuva para assegurar saúde, prevenção e orientação às famílias em cada canto do país”, afirmou Alcolumbre na nota.
Como mostrou o PlatôBR, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) espera aprovar, ainda este ano, dois projetos para aumentar a arrecadação em R$ 25 bilhões para cumprir a meta fiscal de 2026. Com a decisão de Alcolumbre, a missão de Haddad fica ainda mais difícil.
