O ministro Fernando Haddad (Fazenda) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ) entraram em embate e protagonizaram um bate-boca nesta quarta-feira, 11, durante audiência pública das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara. A sessão foi encerrada logo após o bate-boca.
A discussão começou quando os deputados fizeram críticas ao ministro, apontando uma suposta “gastança” por parte do governo federal. Segundo eles, apesar do aumento de impostos, as contas públicas continuam apresentando déficits. Em resposta, Haddad contestou as acusações e repreendeu a postura dos deputados. Eles deixaram o local antes de ouvir a resposta do chefe da Fazenda.
“Agora aparecem dois deputados, fazem as perguntas e correm do debate. Nikolas sumiu, (perguntou) só para aparecer. Pessoas falaram, agora tenha maturidade. E corre daqui, não quer ouvir explicação, quer ficar com o argumento dele. Não quer dar chance de o diálogo fazer ele mudar de ideia”, afirmou Haddad.
Depois disso, o ministro classificou a atitude da dupla como “molecagem” e afirmou que tal postura não era boa para a democracia. Haddad prosseguiu e tratou sobre o aumento de impostos e o déficit nas contas públicas. A gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro registrou, em 2022, um saldo positivo de R$54 milhões. Segundo Haddad, o saldo positivo foi feito às custas de “calotes”.
Retorno à comissão
Jordy voltou à comissão, pediu direito de resposta e chamou o ministro da Fazenda de “moleque”.
“Eu estava em outra comissão. O ministro nos chamou de moleque. Moleque é você, ministro, por ter aceitado um cargo dessa magnitude e só ter feito dois meses de (faculdade de) Economia. Moleque é você por ter feito o nosso país ter o maior déficit da história. Governo Lula é pior do que uma pandemia”, disse Jordy. Na verdade, o maior déficit da história foi em 2020, no ápice da pandemia, sob Bolsonaro. Na época, o rombo nas contas públicas foi de mais de R$7o0 bilhões.
Nikolas também retornou à comissão, pediu a palavra e contestou uma fala de Haddad sobre um vídeo seu que, segundo o ministro, espalhou desinformação sobre o PIX. Ao tentar prolongar o debate, foi interrompido pelo presidente da sessão, Rogério Correia (PT-MG), que lembrou o regimento e negou novo tempo de fala, já que havia outros deputados inscritos. A recusa de Nikolas em acatar a decisão gerou tumulto e Correia, então, encerrou a audiência.