A sessão de reabertura do STF na manhã desta sexta-feira, 1, foi transformada em ato de desagravo à ofensiva bolsonarista contra os processos sobre tentativa de golpe de Estado, com julgamento previsto para setembro. O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, o decano, Gilmar Mendes, e o relator das ações penais, Alexandre de Moraes, subiram o tom e fizeram pela primeira vez ataques duros às articulações que resultaram nas sanções e críticas do presidente dos Estados Unidos, Donaldo Trump, nas últimas semanas.
Barroso (leia a íntegra aqui) abriu a sessão com uma defesa da atuação de Moraes, punido pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, e abordou a gravidade do momento vivido pelo país. “Faz-se aqui um reconhecimento ao relator das diversas ações penais, ministro Alexandre de Moraes”, afirmou o presidente do STF. “Com inexcedível empenho, bravura e custos pessoais elevados, conduziu ele as apurações e os processos relacionados aos fatos acima descritos. Nem todos compreendem os riscos que o país correu e a importância de uma atuação firme e rigorosa, mas sempre dentro do devido processo legal”, prosseguiu.
Segundo a discursar, Gilmar Mendes (leia a íntegra aqui), criticou os movimentos em defesa do ex-presidente e fez uma referência indireta ao seu filho Eduardo. “Aos propagadores da instabilidade e do caos, irresponsáveis e pusilânimes que se auto intitulam patriotas, mas que trabalham abertamente contra os interesses do seu próprio país, não tenho dúvida de que seus atos criminosos praticados contra autoridades constituídas e contra o povo brasileiro receberão uma resposta à altura por parte do Estado brasileiro”, disse o decano. “Afinal, não é segredo para ninguém que os ataques à nossa soberania foram estimulados por radicais inconformados com a derrota do seu grupo político nas últimas eleições presidenciais, entre eles um deputado que, na linha de frente do entreguismo, fugiu do país para covardemente difundir aleivosias contra o Supremo Tribunal Federal, num verdadeiro ato de lesa-pátria.”
Moraes (leia a íntegra aqui) discursou em seguida e focou no andamento dos processos. “As ações prosseguirão. O rito processual não será adiantado nem atrasado. O andamento ignorará as sanções impostas. Este relator continuará atuando como tem feito, tanto no plenário quanto na 1ª Turma, sempre de forma colegiada”, afirmou o ministro. Na sequência, atacou os que se insurgem contra o STF. “Acham que estão lidando com pessoas da laia deles, que estão lidando também com milicianos. Mas não estão, estão lidando com ministros da Suprema Corte brasileira”, disse.