Ministros do STF consideram que Eduardo Bolsonaro, caso seja candidato em 2026 à Presidência, representa tanto ou mais risco à democracia do que seu pai. Na avaliação da maioria dos ministros — André Mendonça e Kassio Nunes Marques inclusive —, Tarcísio de Freitas e Flávio Bolsonaro têm mais compromisso com as instituições democráticas do que Eduardo.
A preocupação com Eduardo Bolsonaro vai muito além da fala do deputado, em 2018, de que bastava “um soldado e um cabo” para fechar o STF. O terceiro filho de Bolsonaro tem feito forte oposição aos ministros, sobretudo a Alexandre de Moraes, e se alinha cada vez mais a dirigentes de extrema direita populista e autoritária internacional. Além disso, tenta criar nos Estados Unidos um clima de oposição não só ao governo brasileiro, mas à atuação do STF, apoiando e sendo apoiado pelos parlamentares que chegaram a pedir, no Congresso americano, que o passaporte de ministros fosse cancelado.
Embora nesta semana o líder petista José Dirceu tenha dito que Tarcísio de Freitas não é a alternativa a Bolsonaro, mas o “próprio bolsonarismo”, os ministros consideram diferente.
Estimam que o governador paulista busca interlocução com as instituições e sabe respeitar opositores, como demonstrado há poucos dias em um evento com Lula no Porto de Santos, quando os dois trocaram elogios e agiram de forma republicana.
Entre os filhos de Bolsonaro, os ministros preferem Flávio, que é considerado moderado e tem boa interlocução com a Corte. Nesta semana, o ministro Gilmar Mendes, aliás, arquivou denúncias contra ele que tratavam das rachadinhas. No governo Bolsonaro, Flávio mantinha diálogo constante com ministros como Gilmar Mendes, Dias Toffoli e até Alexandre de Moraes, com quem chegou a se reunir presencialmente.