Em tempos de atritos nas relações entre os poderes, o Senado tem uma arma poderosa contra o STF. Repousam na mesa do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), 56 pedidos de impeachment contra ministros do tribunal. Segundo a Constituição Federal, cabe ao Senado processar e julgar integrantes da corte.
Alcolumbre tem dado sinais de que não tem interesse em brigar com o tribunal e não deu sinais de que poderia autorizar a abertura de processos. Ainda assim, ainda não quis arquivar os pedidos. A expectativa é que faça isso ao fim do mandato, daqui a dois anos.
Ao deixar os casos em aberto, o Senado ganha munição contra o tribunal para eventual necessidade de retaliação no futuro.
Fontes do STF alertam para a mudança no cenário em 2027, quando tomarem posse senadores escolhidos nas urnas no ano que vem. A expectativa é que sejam eleitos vários aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Se o comando da casa for desse grupo, o mais provável é que processos de impeachment contra ministros do Supremo tenham mais chance de tramitar.