O ministro Paulo Teixeira se reuniu com Hugo Motta para tentar destravar seu projeto de lei que tramita na Câmara desde 2015 e trata da regulamentação do uso da cannabis, principalmente em aplicação farmacológica. O encontro aconteceu na quarta-feira, 29, com parlamentares de seis partidos e associações especialistas na produção da cannabis medicinal.
O pedido de Teixeira é que Motta coloque em votação um recurso impetrado no processo do projeto de lei. O texto foi aprovado em comissão especial, mas ficou trancado com esse recurso. Caso ele seja derrubado, o projeto poderá ser votado no Senado.
Motta afirmou que, embora tenha eficácia comprovada em certas circunstâncias, a cannabis medicinal é vista com preconceito. Ele defendeu que o projeto de lei de Teixeira seja votado, mas afirmou ao ministro que vai consultar a bancada evangélica e outras bancadas da Câmara.
Para agilizar o processo, Motta sugeriu ao líder do PSB, Pedro Campos, que leve o tema ao colégio de líderes.
Durante a reunião, o deputado estadual paulista e ex-senador Eduardo Suplicy, um entusiasta da cannabis medicinal, mostrou o frasco da medicação, que toma rotineiramente.
“Olha, eu estou falando aqui como uma pessoa que está usando o óleo de cannabis, inclusive a um custo razoável, e eu acho importantíssimo que haja logo a definição da regulamentação”, disse Suplicy.
Com 84 anos, Eduardo Suplicy foi diagnosticado com Parkinson há três anos, quando começou a usar o óleo de cannabis. Desde então, o deputado virou um porta-voz da regulamentação. Pessoas próximas a ele afirmam que o uso da cannabis medicinal virou uma bandeira do petista, nos mesmos moldes de sua defesa ferrenha da renda básica de cidadania.
