De volta em plena forma aos bastidores de Brasília e do PT, José Dirceu teve em outubro de 2024 uma de suas vitórias mais eloquentes contra a Lava Jato. Na ocasião, Gilmar Mendes declarou o Sergio Moro suspeito em relação a petista e anulou as condenações dele pelo ex-juiz em dois processos.
A tese de Dirceu foi que, se Moro havia sido considerado suspeito em relação a Lula, o mesmo deveria ocorrer em relação ao ex-ministro. Isso porque, argumentaram seus advogados, os processos e condenações a que ele foi submetido por Moro no petrolão eram um meio necessário para atingir, como objetivo final, Lula.
Essa linha de raciocínio da defesa do ex-ministro, revelada pela coluna em janeiro de 2024, começou a reunir adeptos entre encrencados na Lava Jato. Na quinta-feira, 13, o empresário Eduardo Meira, condenado em um dos processos que envolvia Dirceu, incorporou o mesmo argumento em um pedido ao STF para que Moro seja declarado suspeito em relação a ele também.
“O pedido de extensão justifica-se, então, nessas condições singulares, com base em elementos concretos que demonstram que a confraria formada pelo ex-Juiz Sérgio Moro e os Procuradores da Curitiba encarava a condenação de Eduardo de Meira e outros corréus como objetivos a ser alcançado para alicerçar as denúncias que, em seguida, seriam oferecidas contra Luiz Inácio Lula da Silva”, argumentou a defesa de Meira no pedido, distribuído a Edson Fachin no Supremo.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a construtora Credencial, da qual Meira era sócio, funcionava como uma empresa de fachada para intermediar repasses de propina a José Dirceu em um contrato da Petrobras. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) condenou o empresário a 8 anos e 2 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa.