Dias Toffoli rejeitou o pedido do empresário Gerson Almada, ex-vice-presidente da empreiteira Engevix, para que fosse estendida a ele a decisão que anulou todos os atos da Lava Jato contra o doleiro Alberto Youssef.

Em seu despacho, assinado na sexta-feira, 26, Toffoli disse que as razões pelas quais atendeu ao pedido de Youssef “são de ordem estritamente pessoal” e não poderiam ser estendidas a Almada (foto abaixo).

O ministro apontou que, no caso do doleiro, sua conclusão sobre ter havido conluio de Sergio Moro e o Ministério Público Federal se baseou em três fatores — as tais “razões de ordem pessoal”: a instalação de uma escuta ilegal na cela de Youssef; a necessidade de ele ter renunciado ao direito de defesa para fechar um acordo de delação premiada; e as mensagens de procuradores hackeadas.

Gerson Almada respondeu a um processo da Lava Jato ao lado de Youssef. Em 2015, o empresário foi condenado por Sergio Moro a 19 anos de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Em 2017, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, de segunda instância, aumentou a pena para 34 anos.

Os advogados de Almada alegaram que o processo está baseado em provas invalidadas pelo STF. Também argumentaram que, assim como Youssef, ele foi vítima de conluio da Lava Jato e alvo de uma “instrumentalização” das investigações para atingir e incriminar políticos.