O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) demonstra otimismo com a aprovação do PL Antifacção na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Ao apresentar o relatório, na quarta-feira, 3, ele percebeu um ambiente receptivo. “As repercussões foram bastante positivas”, disse à reportagem, destacando que nenhum parlamentar questionou o conteúdo do texto durante a sessão.

O adiamento da votação não foi interpretado pelo senador como sinal de resistência. Vieira afirmou que o pedido de vista foi combinado e partiu justamente de senadores que já indicaram apoio ao relatório. “Vejo como positivo esse pedido. É um texto complexo, com muitas legislações envolvidas. Merece mais tempo”, explicou.

A expectativa é que o tema volte à pauta na próxima quarta-feira, 10, com deliberação na CCJ e, logo em seguida, no plenário. “Acredito que faremos assim com tranquilidade”, afirmou.

A discussão se dá em torno do projeto enviado pelo Planalto para criar um novo marco de enfrentamento às facções criminosas e às milícias. A proposta chegou ao Senado após uma passagem turbulenta pela Câmara, marcada por disputas em torno do texto relatado por Guilherme Derrite (PP-SP), que fez mudanças significativas na proposta original e recebeu críticas duras da base governista.

Vieira apresentou uma versão que recompõe pontos defendidos pelo Executivo e reorganiza trechos sensíveis — como a definição de facção, o enquadramento das milícias, as penas e as regras de confisco e o financiamento das ações de segurança. Com o acordo fechado para vista coletiva e sem sinais de obstrução, o relator trabalha com o cenário de aprovação na próxima semana. Se passar pelo Senado, proposta retorna à Câmara.