Presa há duas semanas na Itália, a deputada Carla Zambelli chorou e alegou mal-estar durante uma audiência nesta quarta-feira, 13. Por causa dessa ocorrência, a conversa com o juiz foi adiada. Como estratégia de defesa, a parlamentar tenta uma autorização da Justiça para permanecer em casa até o fim do processo de extradição para o Brasil.

Zambelli fugiu em 29 de maio e, depois de passar pelos Estados Unidos, seguiu para a Itália e ficou foragida até 29 de julho, quando foi encontrada em Roma pela polícia local. A fuga aconteceu logo após o STF (Supremo Tribunal Federal) decretar sua condenação a dez anos de prisão por invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). 

A deputada sustenta ser alvo de perseguição política no Brasil e quer usar sua cidadania italiana para tentar um julgamento no país europeu. Detida no presídio feminino Germana Stefanini, ela foi levada na manhã desta quarta-feira para no fórum local, onde deveria depor. Ao ver o pai, que conseguiu acompanhar a audiência, a parlamentar chorou. Sob alegação de mal-estar, o juiz local adiou o depoimento que abrirá os tramites da extradição.

Desde a prisão, os advogados de defesa tentam converter a detenção cumprida em presídio em domiciliar com o argumento de que tem problemas de saúde. O Brasil, via Ministério da Justiça, com ordem informal do Planalto, se empenha em agilizar o processo. Oficialmente, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que o procedimento entre países seja célere para que a deputada retorne ao país e comece a cumprir pena.

A audiência deve ser retomada dia 27 de agosto. Nesta quarta-feira, Zambelli foi encaminhada a um hospital e depois voltaria para sua cela no complexo penal de Rebibbia, nos arredores de Roma.