O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, deu as cartas numa semana em que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva precisava aprovar o pacote de cortes de gastos na casa. As propostas do Poder Executivo até passaram pelo crivo dos deputados, mas foram desidratadas. E o governo ainda teve de despejar bilhões de reais em emendas para afagar os parlamentares. Lira esteve à frente das tratativas e portou a voz dos colegas, ávidos pelos recursos.
Rampa
Quem vai bem e quem vai mal em BrasíliaArthur Lira
Alexandre Padilha
Como encarregado da articulação política do governo, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, poderia estar comemorando como uma vitória a aprovação do pacote fiscal – essa é uma leitura que, claro, depende sempre do ponto de vista. Mas as circunstâncias evidenciaram a fragilidade do Executivo na relação com o Legislativo. Os deputados falaram alto durante o processo, mexeram nos textos originais e ainda conseguiram o que queriam do governo: bilhões de reais em emendas, a despeito de estar em vigor uma decisão do STF impondo limites à liberação das verbas. Assim, Padilha ou qualquer outro que estivesse em sua posição sairia em baixa do processo porque, mais uma vez, o Congresso deixou claro seu poder.